
- Uma das características humanas de Jesus, foi a de ter recebido um nome. O anjo que anunciou o nascimento do Senhor disse que Ele deveria ser chamado de “Jesus”, porque salvaria o Seu povo dos pecados deles (Mt.1:21). Evidentemente que a forma “Jesus” é a forma grega do nome hebraico “Yehoshua”, até porque o Novo Testamento foi escrito em grego e não na língua hebraica que, aliás, nem mais era falada pelo povo nos tempos de Jesus. Apesar de este ser o Seu nome, logo após o início do Seu ministério terreno, Jesus passou a ser reconhecido como o “Messias”, ou seja, o “Ungido”, Aquele que havia sido separado por Deus para efetuar a redenção de Israel e de toda a humanidade. Ora, a palavra “Messias” é hebraica (”Maschiach” – ????), como se vê em Dn.9:25,26 e seu termo correspondente em grego é “Cristo” ( ??????? – Jo.1:41; 4:25). Por isso é que Jesus passou a ser chamado Cristo (Mt.27:17,22), como também Filho de Davi (Mt.9:27; 12:23; 15:22; 21:9), outra expressão que demonstrava o reconhecimento de que Jesus era Aquele que havia sido prometido por Deus para a redenção de Israel.
Vemos, portanto, que a expressão “Cristo”, “Messias” ou “Filho de Davi” não nos dá qualquer informação sobre a natureza divina ou humana de Jesus, mas, sim, revela que Ele tinha uma missão, uma obra a cumprir sobre a face da Terra. Ele fora escolhido pelo Pai para realizar a salvação da humanidade, para resgatar o gênero humano, pagando o preço do pecado da humanidade em Si mesmo, reconciliando Deus com o homem e desfazendo, assim, a divisão ocasionada pelo pecado e fomentada pelo adversário de nossas almas (Ef.1:7-10; I Jo.2:2; 3:8). Jesus tinha plena consciência disto, tanto que não Se cansava de dizer que viera para fazer a vontade do Pai, que tinha uma obra a realizar (Jo.5:30; 6:39; 12:27; 17:4; 18:37).
Porque Jesus é o “Cristo”, o “Messias”, o “Filho de Davi”, ou seja, o “Ungido”, aquele que foi separado para a realização de uma tarefa, a obra da salvação da humanidade, não é surpresa observar que, como Jesus é o centro de todo o plano de Deus para a salvação do homem, nEle estivessem todas as funções que, ao longo dos séculos, o Senhor foi separando homens para a preparação da vinda do Cristo. Expliquemo-nos melhor: Jesus é o centro, o ponto mais alto de todo o plano de Deus para a salvação do homem, mas este plano não se realizou de uma hora para outra. Foram necessários séculos, milênios para que da semente da mulher nascesse o Messias. Por isso, enquanto o Messias não vinha, o Senhor Se revelou progressivamente aos homens, por intermédio de pessoas que escolheu. Estas pessoas escolhidas por Deus exerceram três funções distintas, a saber: sacerdote, profeta e rei. Ao longo dos séculos, Deus escolheu alguns para estas funções, mas, e isto é importante, ninguém chegou a exercer plenamente estas três funções ao mesmo tempo. Eram apenas servidores parciais, que preparavam o caminho do Cristo, Este, sim, que, como centro de toda a revelação divina, teria de exercer, a um só tempo, as três funções. São estas três funções, que foram unicamente exercidas em toda a sua plenitude por Jesus, que constituem o que os estudiosos da Bíblia denominam de “os três ofícios de Jesus”, que nos esclarecem o papel desempenhado por Jesus no plano da salvação da humanidade.
JESUS, O PROFETA
A palavra “profeta” (???????? – “prophétes”) é de origem grega e significa “o porta-voz”, ou seja, aquele que fala em nome de alguém, aquele que anuncia, traz uma mensagem de alguém, que interpreta a opinião de uma determinada divindade. Aliás, antigamente, os hebreus chamavam o profeta de “vidente” (I Sm.9:9), ou seja, aquele que tinha a capacidade de “ver” a vontade divina, de entendê-la e anunciá-la ao povo. - Ao falar sobre a vinda do Messias, Moisés disse que Ele seria profeta (Dt.18:18). Seria um profeta que teria as palavras do Senhor na sua boca e que falaria tudo o que o Senhor ordenasse. Ser “profeta”, portanto, nada mais é que ser o “porta-voz” de Deus. Este profeta, entretanto, seria distinto dos demais, inclusive de Moisés, porque “falaria tudo o que o Senhor ordenasse”. Traria, pois, uma mensagem integral, uma mensagem inteira, completa, que não seria mais sombra ou figura daquilo que viria, mas a própria realização da vontade de Deus.
- Jesus é este profeta, porque, como disse a Seus discípulos, “tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo.15:15). Por este motivo, Seus discípulos não eram mais chamados de “servos”, mas, sim, “amigos”. Jesus estabeleceu, assim, um relacionamento mais íntimo entre Deus e os homens do que Moisés. Com efeito, Moisés não pôde aproximar o povo de Deus, pois, atemorizado com as manifestações da presença de Deus, o povo de Israel preferiu manter-se distante (Ex.20:18-21).
- Moisés falou com Deus numa nuvem espessa (Ex.19:9), na escuridade (Ex.20:21), numa clara demonstração de que, mesmo tendo tido acesso à glória de Deus, este acesso foi parcial, a ponto de Moisés ter visto a Deus apenas pelas costas, numa fenda de uma penha (Ex.33:20-23), ou seja, com limitações, tanto que a própria reflexão da glória em seu rosto foi transitória, passageira (II Co.3:7,13).
Jesus, mesmo, disse que era profeta (Mt.13:57; Mc.6:4; Lc.4:24). Ora, se Jesus Se intitulou como profeta, quem somos nós para desmenti-lO? Jesus, por várias vezes, disse estar a anunciar as palavras do Pai, a revelá-las, a cumprir com aquilo que Lhe havia sido determinado (Jo.17:14,25,26). - Por isso, não pode surgir profeta igual ou maior a Jesus, pois Jesus é o próprio Deus que Se revela, é o Deus que Se humanizou e transmitiu a Sua Palavra, iluminando o entendimento daqueles que creram em Seu nome. Jesus não foi o último profeta, visto que, após o arrebatamento da Igreja, surgirão duas testemunhas que serão os profetas da Grande Tribulação, mas, sem dúvida alguma, é o maior profeta, pois é o único que, ao falar as palavras de Deus, fala do que Lhe é próprio e não do que Lhe foi apenas revelado.
- Jesus não só disse que era profeta, como anunciou a Palavra de Deus, o que O qualificou como sendo profeta. Pregou o Evangelho, ou seja, as boas novas de salvação (Mc.1:14,16), tendo, por algumas vezes, dito explicitamente que o que falava era por determinação do Pai (Jo.7:16-18; 14:10; 15:15).
- Como porta-voz de Deus, o profeta, muitas vezes, fala do futuro, pois, para Deus não há futuro e, portanto, pode revelar, por meio de profetas, o que está para acontecer. Jesus, enquanto profeta, também predisse o futuro, como, por exemplo, a destruição do templo de Jerusalém (Mt.24:2), profecia que se cumpriu literalmente no ano 70 d.C. Muitas outras predições foram feitas pelo Senhor, inclusive as relativas aos sinais de Sua vinda, que estão se cumprindo plenamente nos nossos dias. As Escrituras, mesmo, dizem que o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Ap.19:10).
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